Empresas de mídia, como jornais e sites de notícias, competem hoje pela atenção das pessoas com todo tipo de publicação. Notícias falsas — as chamadas fake news — são um desses poderosos concorrentes. Em março de 2018, um estudo do conceituado MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), dos Estados Unidos, concluiu que notícias falsas se espalham pelas redes sociais com uma velocidade seis vezes maior do que notícias verdadeiras.
Um novo estudo agora traz mais dados sobre o impacto negativo das fake news. As pessoas retêm notícias falsas por longos períodos — especialmente quando elas estão alinhadas às suas crenças. Por exemplo, se uma informação mentirosa circula sobre um político de quem uma pessoa não gosta, ela está mais propensa a se lembrar daquela informação como sendo verdadeira por meses (ou anos).
A conclusão é do estudo Psych Central, publicado em agosto de 2019 pelo site de ciência Psychological Science e reportado pelo Inquisitr. Para chegar a essa conclusão, o estudo entrevistou pessoas antes e depois de acontecimentos políticos polêmicos, como o referendo para a legalização do aborto na República da Irlanda, em 2018.
“Em disputas político-partidárias altamente emocionais, como as eleições presidenciais dos Estados Unidos de 2020, os eleitores poderão se lembrar completamente de histórias que serão fabricadas”, alerta Gillian Murphy, líder da pesquisa. “Eles estarão mais propensos a acreditar em escândalos que afetem negativamente a imagem do candidato adversário.”
Murphy e sua equipe coletaram 3.140 votos de pessoas pela internet. O questionário perguntava se eles pretendiam votar no referendo irlandês. Em seguida, eram apresentados seis fatos sobre o referendo. Os candidatos tinham, então, de dizer se considerava cada um deles “normal” ou “comportamento ilegal / provocativo”. Acontece que dois dos seis fatos expostos eram falsos.
Na etapa seguinte, os respondentes eram convidados a explicar se já tinham ouvido falar daquelas seis histórias antes. Se sim, deveriam explicar onde. Na última tela, o questionário revelava que existiam algumas fake news dentre os seis fatos listados e pediam para os respondentes identificar quais eram eles. Pedia, ainda, que eles contassem se tinham acreditado na história que acreditavam ser falsa ou não.
Com essa sequência de testes, os pesquisadores foram capazes de concluir que as pessoas, em geral, têm mais propensão a acreditar por longos períodos em histórias que reforcem suas crenças para a tomada de decisão de voto.
Um estudo publicado na Psychological Science mostra que as pessoas retêm informações falsas em suas mentes por um longo período, especialmente quando elas confirmam suas crenças. Isso torna o campo fértil para que as fake news se espalhem com mais facilidade.