Lançada em 2002, Big Brother Brasil é uma marca presente no imaginário popular e causa comoção todos os anos. O programa, que estava sofrendo queda de audiência, ao chegar na 20ª edição em 2020, reinventou-se e passou a recrutar figuras públicas no elenco para contracenarem com a outra metade da casa – povoada com pessoas “anônimas”. A reformulação fez tanto sucesso que, em 2021, o programa repetiu a fórmula e segue batendo recordes de audiência.
Há quem goste e há quem vire os olhos para o formato do programa, mas fato é que podemos aprender valiosas lições de marketing com essa marca que faz tanto sucesso.
Confira os insights que separamos para aplicar na sua empresa!
Não é raro lermos críticas e notas de repúdio ao BBB, especialmente na internet. Mas apesar de algum feedback negativo, por que o programa polêmico continua batendo recordes de audiência, ocupando a lista de assuntos mais falados nas redes sociais e colocando anunciantes milionários na lista de espera? Porque ele soube se adaptar às demandas da sociedade. E como isso aconteceu?
Com a queda de audiência, o programa se viu obrigado a buscar novas formas de atrair o público. Em paralelo, o marketing de influência teve um crescimento exponencial no Brasil. Para ter uma ideia, em pesquisa realizada em 2018, 91% dos millennials afirmaram confiar nas avaliações online tanto quanto nos amigos e na família.
A adição de celebridades atraiu então o público jovem, que nem era nascido na primeira edição, e reativou o interesse de quem não assistia mais TV, expandindo a audiência do programa. Vale apontar também a nova linguagem visual que utiliza de memes e signos familiares ao público digital.
Mesmo sendo um reality show sem roteiro, há um direcionamento das narrativas a partir da escolha dos personagens/elenco. Uma vez que o show são eles. Assim, o fato de o programa ter selecionado pessoas ligadas às pautas atuais da sociedade, como militância, cancelamento e diversidade, inicia conversas relevantes dentro e fora do programa. Ou seja, reflete a nossa sociedade e o público se identifica com a história.
Com uma boa história e elenco envolvente, é difícil se manter imparcial. E no caso do BBB, o espectador é parte crucial na tomada de decisões. O programa sempre foi transmídia, contando com a votação do público e, mais recentemente, atendendo a pedidos pelas redes sociais.
Antes mesmo da edição atual ir ao ar, Boninho (diretor) avisou em suas redes sociais que iria repetir o formato do ano anterior com famosos, e abriu um diálogo com o público para adivinharem quem seriam os participantes. Trabalhar a expectativa do público foi suficiente para gerar buzz até o início do programa.
Outra forma de engajamento é o CAT BBB – quadro humorístico apresentado por Rafael Portugal que responde perguntas dos espectadores. Nele são exibidas mensagens de anônimos e também prova social de celebridades que assistem ao reality, contribuindo para a força da marca.
Com fila de patrocinadores, recordes de audiência e milhões de brasileiros engajados, a marca Big Brother Brasil se renova e mantém-se forte, pois soube se adaptar ao público, produzir narrativas envolventes e engajar. Assim, mesmo aqueles que evitam falar do assunto, são impactados com tanta frequência que acabam se rendendo ao programa por curiosidade.