Trabalhando para o governo, para empresas ou para o terceiro setor, qualquer assessor de imprensa sabe da importância de transformar relatórios de 200 páginas em textos compactos que podem ser lidos em menos de um minuto para atrair manchetes. Se você deseja se destacar nesse ambiente de comunicação tão competitivo, precisa engajar um público já imerso em conteúdo para os assuntos de interesse do seu cliente. E seja esse interesse criar um parque na zona urbana, salvar uma espécie da extinção ou atrair fundos para a alfabetização de adultos, o release é e permanecerá uma arma fundamental. Saiba o por que.
Sua mensagem não-comercial deve competir com os releases de todas as grandes marcas e dos gabinetes de políticos e seus partidos, bem como com a avalanche de conteúdo produzida por amadores e profissionais, frilas ou não. Todos estão lutando para que sua própria história tenha o maior destaque possível.
Você não vai para a guerra desarmado ou para uma festa mal vestido. Um release afiado e encaminhado para os alvos certos é fundamental para despertar a atenção para o problema enfrentado pela sua ONG. E para virar notícia, esse texto precisa prender a atenção por tempo suficiente – mais tempo que todos os outros releases, tweets, updates, posts e furos de reportagem (da concorrência) que bombardeiam os repórteres ao longo do dia.
Sua estratégia de comunicação não pode se limitar a falar sobre “a causa”. Um release bem usado pode elevar o status da sua ONG, comunicando, por exemplo, que ela conquistou certificação na lista de uma organização internacional como a OMS. O release, mesmo se não virar notícia imediatamente, também é uma ferramenta de “branding”. Uma ONG com mais status é mais confiável e atrai mais doações – o que nos leva ao próximo tópico.
Sua ONG pode usar releases para captar recursos. Em muitos casos, a imprensa te ajudará prontamente. A organização de combate ao câncer está arrecadando água de coco para hidratação dos pacientes? Você precisa abastecer bancos de sangue, de medula óssea ou aumentar o cadastro de doadores de órgãos? Sua campanha quer formar um mutirão ou precisa que mulheres doem cabelo? Jornalistas em geral gostam de números, metas, datas e prazos que possam ser divulgados em notas curtas e que mobilizem seus leitores, ouvintes ou espectadores. Todo jornal, revista ou programa quer se orgulhar de que ajudou a campanha X a salvar tantas vidas ou a trazer agasalhos para tantas pessoas carentes. Neste caso, o “branding” é deles e quem tem mais ganhar são as pessoas (ou animais, plantas etc) que dependem da sua ONG.
Redações no Brasil e no mundo afora estão sofrendo cortes severos. Correspondentes e enviados são cada vez mais caros, substituídos (ou nem isso) por agências de notícias. Regiões inteiras do Brasil e do planeta carecem de cobertura jornalística intensa, exceto durante curtos períodos em que acontece uma tragédia ou coisa do tipo.
Vamos falar sério, pois o assunto exige muita responsabilidade: pode ser que sua ONG seja a única fonte de informação sobre o assunto, a única com uma equipe in loco a constatar a diminuição dos espécimes de pato-mergulhão ou o aumento de poluentes em um rio. Neste caso, o peso do release é multiplicado em muitas vezes, porque a imprensa dificilmente terá outra fonte além da sua organização. O release é a principal peça jornalística do seu trabalho, e deve ser tratado com a importância que tem: muita!
Se você ainda não se convenceu, leia este relato de como uma ONG trabalhando no QG da ONU na Suíça leva a sério seus releases.
E agora, como você pretende trabalhar os releases da sua ONG? Conte pra gente.