A resposta mais objetiva para essa pergunta é a seguinte: todo post deve ter o tamanho que merece. Precisa, portanto, ter a quantidade de palavras necessária para explicar algo com clareza.
Acontece que hoje, quando redigimos um texto, temos a obrigação de otimizar nosso conteúdo para que seja encontrado organicamente pelo Google (SEO). E precisamos, portanto, de uma referência clara.
Pois bem, uma análise de dados feita pela conceituada revista americana Forbes indica que páginas mais longas tendem a ranquear melhor. Elas costumam aparecer entre os três primeiros resultados de buscas no Google. Entenda por “mais longas” as páginas que contêm textos de 750 palavras, em média. Como referência, os textos que ocupam a 20ª posição são menores: 500 palavras.
Os dados foram tirados de um estudo feito pelo SEM Rush, software especializado em serviços de SEO, que analisou dados de seus mais de 1,5 milhão de usuários.
O debate acerca de tamanho do texto talvez seja inócuo por desviar a atenção do que deveria ser o foco dos redatores: a densidade do texto.
Entenda por “densidade” a quantidade de vezes que palavras-chave são mencionadas num texto. Por exemplo, se um post pretende ensinar a investir na bolsa de valores, possivelmente o termo-chave “comprar ações” será importante.
Segundo o próprio SEM Rush, não existe um percentual de vezes que a palavra-chave deve aparecer para que seja ranqueada. A inteligência artificial do Google é cada vez mais apurada, a ponto de identificar em que contexto ela foi inserida. O fato é que o redator não pode bobear e se esquecer de inserir a palavra-chave nos pontos nobres do texto, como título, primeiro parágrafo, intertítulo, primeiro parágrafo e até legenda de imagem.
Há ferramentas gratuitas que analisam a densidade de palavras-chave num texto, como a da Small SEO Tools ou o Yoast, um plugin instalado no WordPress com versões gratuita e paga.
Em tempo: um texto pode — e até deve — trabalhar mais de uma palavra-chave. Ou seja, você pode redigir um post esperando que ele ranqueie bem no Google para diferentes termos buscados pelo usuário via Google.
É comum encontrarmos afirmações de que, para ranquear bem no Google, o texto precisa ter mais de 2 mil palavras. Isso só causa confusão. Até mesmo sites especializados e renomados, como o MOZ, fomentam o mito dos 2 mil caracteres.
Neste artigo, a indicação é tão clara quanto equivocada: “2.350 a 2.425 palavras são o tamanho ideal de um post”, afirma o MOZ. Tanto que o próprio autor se contradiz e, parágrafos mais adiante, admite que um texto pode aparecer em primeiro lugar no Google “tendo 500 ou 15 mil palavras”. O que acontece na prática é que um texto pode muito bem ranquear com menos de mil caracteres — e é normalmente o que acontece.
Se você buscar, por exemplo, por “como comprar bitcoin?”, o resultado de maior destaque será o da TechTudo. Ele ocupa o snippet — também conhecido como posição número zero —, que é o resultado orgânico que vem em destaque, acima de todos os demais.
Esse texto da TechTudo, que traz a resposta para um tema tão contemporâneo, tem apenas 740 palavras.
Mas não se engane: textos enormes têm seus benefícios, sim. Além de poder ser bem ranqueados — desde que as palavras-chave tenham densidade. Afinal, para produzir uma explicação mais aprofundada, o redator terá de produzir um texto maior. Ao fazer isso, ele naturalmente melhorará a densidade da palavra-chave. E, aí, coletará alguns bons frutos que vão além do ranqueamento.
Segundo o SEO Copywritting, textos maiores são mais compartilhados. A afirmação se baseia num estudo de outro site sério, o Ahrefs, que analisou 3 milhões de buscas no Google. Conclusão: textos com mais de 3 mil palavras são mais compartilhados, como mostra o gráfico abaixo.
A máxima indicada no início deste artigo se confirma: o texto deve ter o tamanho que merece. Quanto tempo alguém levaria para explicar o sistema tributário no Brasil? Horas — ou dias talvez. Mas quanto tempo esse mesmo alguém levaria para explicar o que é um quadrado na geometria? Algumas linhas apenas. Tudo do tamanho que merece.
O próprio Google reforça essa ideia ao transmitir em seus guidelines a seguinte explicação: “a quantidade de conteúdo necessária para a página ser satisfatória depende do tópico abordado e do propósito da própria página”.
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