Crise no jornalismo não elimina aprendizado para quem escreve

Por DINO 31 de janeiro de 2019
Crise no jornalismo não elimina aprendizado para quem escreve

As empresas de mídia vêm experimentando uma fase difícil como modelo de negócios. Com a internet à disposição, as empresas passaram a criar elas próprias seus conteúdos. Com isso, reduziram o investimento em publicidade, afetando diretamente as empresas de mídia, como descreve o livro Marketing de Conteúdo Épico, do americano Joe Pulizzi.

Mas não se engane: a crise no jornalismo tem relação com o modelo de negócios de TVs, rádios, jornais, revistas e sites noticiosos. O Portal Comunique-se, que pertence ao mesmo grupo empresarial do DINO e tem um portal dedicado à cobertura do jornalismo, registra cotidianamente essa má fase.

Só em 2018 foram noticiados casos como:

Todos esses acontecimentos não têm, no entanto, relação com a capacidade de produzir conteúdo.
Em outras palavras, o que os jornalistas aprenderam na condição de produtores de conteúdo pode — e deve — ser aproveitado.

 
dino divulgador de notícias

Os elementos essenciais

O bom jornalismo historicamente apoiou sua produção de conteúdo em pilares testados e aprovados pelo menos desde a década de 1960, quando chegou às redações brasileiras o conceito da Pirâmide Invertida. Três elementos se destacam:

  • A objetividade é necessária. Redatores inexperientes muitas vezes cometem erros conhecidos e condenados pelas redações, como o nariz de cera. Trata-se do vício de escrever o necessário apenas para encher linguiça. Vale mais a pena ater-se a uma frase lapidar de Carlos Drummond de Andrade: “escrever é a arte de cortar palavras”.
  • A credibilidade é o principal fator de conexão entre um conteúdo e o público que o consome. Para ter credibilidade, é preciso pesquisar, citando no texto fontes de pesquisa, como outros sites, livros e citações consagradas. É preciso afirmar e sustentar.
  • O nível de profundidade é uma escolha do leitor. O texto precisa atender tanto aquela pessoa que deseja se informar superficialmente quanto a que quer ir mais fundo. Por isso, se usa a técnica simples das seis perguntas para textos factuais, como notícias. Funciona assim: no primeiro parágrafo, seu texto responde a “o quê aconteceu?” e “quem está envolvido?”, que são a informação superficial. Nos demais, explica “quando?”, “onde?, “por quê?” e “como?”, garantindo maior profundidade.

Para textos que não são factuais, como um blog post explicativo, por exemplo, há outras artimanhas úteis. A técnica das três perguntas é uma delas. Consiste em responder “o quê?”, “por quê?” e “e daí?”, nesta ordem.

Takeaway

As empresas que se aventuram a produzir conteúdo devem conhecer e absorver boas práticas de produção de conteúdo que funcionaram para empresas de mídia no passado. Essencialmente, as técnicas visam a garantir objetividade, credibilidade e profundidade.

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