“É verdade que as pessoas estão, cada vez mais, fazendo buscas por voz?”. Pense em como você faria, agora mesmo, para encontrar uma resposta para esta pergunta. Há uma boa chance de você considerar o assistente virtual do seu smartphone ou o smart speaker de sua casa, como o Google Home ou o Amazon Echo, mais ágeis e convenientes do que digitar alguns termos-chave no formulário do Google, por exemplo.
E o seu caso? Uma perspectiva da ComScore prevê que 50% das buscas sejam feitas dessa forma em 2020. Outro levantamento, feito pela emissora estatal norte-americana NPR, revela que um em cada três usuários de smart speakers não consegue mais imaginar como viver sem eles. A mesma sondagem indica que a busca por respostas do dia a dia está entre os dez usos mais frequentes dos dispositivos controlados por voz.
A resposta objetiva para a pergunta que abre este artigo, portanto, é sim. Desde seu lançamento, em 2010, a busca por voz do Google evoluiu significativamente, graças aos avanços recentes em inteligência artificial, processamento de linguagem natural e aprendizado de máquina. Isso explica sua popularidade e a percepção, cada vez mais comum, de que a ferramenta está cada vez mais rápida e fácil.
Correndo atrás da naturalidade
O que isso tem a ver com quem produz conteúdo e se preocupa com o seu ranqueamento? A chave está no esforço das empresas como o Google em construir uma relação natural entre usuários dos mecanismos de busca
Historicamente, a exibição dos melhores resultados estava relacionada, entre outras variáveis, à escolha de palavras-chave específicas e diretamente relacionadas ao assunto pesquisado. Termos genéricos, como preposições e artigos, eram ignorados. Em outras palavras: era mais eficaz selecionar as melhores palavras-chave em vez de “conversar com o Google”.
Isso começou a mudar a partir de 2013, quando o Google fez a maior mudança em seu algoritmo principal — conhecido como Hummingbird. Desde 2015, o algoritmo conta ainda com um sistema baseado em inteligência artificial, o RankBrain. Com esse conjunto de tecnologias, o Google consegue dar ênfase semântica ao significado de termos e expressões, procurando compreender a intenção do usuário com naturalidade e, ao mesmo tempo, exibindo respostas diretas em sua página de resultados — os snippets.
A verdade é que desde sempre o Google desejava que o processo de pesquisa se aproximasse de um diálogo entre usuário e a máquina. Com a presença cada vez mais comum das ferramentas para busca por voz, a aposta é a de que a digitação das palavras-chave seja totalmente substituída pela voz em pouco tempo. “O destino do Google é se tornar o computador da série Star Trek e é isso que estamos construindo”, dizia Amit Singhal, então chefe da equipe de busca do Google, em entrevista à Slate em 2013.
A principal forma de ser visto e recomendado pelo Google continua sendo a mesma: escrever conteúdo de altíssima qualidade, pensado para seres humanos — e não para algoritmos capturarem palavras-chave. Escrever com naturalidade, compreendendo a intenção de seu público, é essencial.
Conheça outras três sugestões, voltadas para otimizar páginas web e aumentar o alcance orgânico para pesquisas por voz.
Graças ao Knowledge Graph, a base de conhecimentos do Google, os resultados específicos na página de busca, os chamados Featured Snippets, estão cada vez mais presentes. Estas são as respostas normalmente fornecidas em uma busca por voz, em vez da tradicional lista de links ordenados. Posicionar-se como um snippet é a primeira tática.
Para fazer isso, seu conteúdo precisa oferecer respostas diretas às suas questões. Brian Dean, do Backlinko, afirma que uma boa resposta para as perguntas comuns de seu público não podem ultrapassar as 29 palavras — esta é a média das respostas exibidas nos destaques.
Páginas no formato pergunta e resposta (FAQ) também ajudam o Google a exibir textos como snippets. Ferramentas como Answer the Public podem gerar insights úteis.
Quer ajudar o Google a incorporar informações de seu site em sua base de conhecimentos? É possível rotular tipos de conteúdo, como artigos, resenhas, reviews ou receitas, bem como indicar a presença de pessoas, lugares, eventos, produtos, entre outros dados estruturados. Por meio de metadados marcações semânticas, em especial o Schema.org, detalhes importantes como endereços, faixas de preço, entre outros.
Estas marcações são fundamentais num cenário em que boa parte das buscas por voz diz respeito a lugares, serviços ou informações que estejam por perto. Dados sobre localização e contatos também podem ser incluídos no serviço Google Meu Negócio: empresas cadastradas por ali podem ser mapeadas quando usuários procurarem por serviços semelhantes ao redor.
Desde 2016, o Google considera o mobile first imprescindível para o ranqueamento das páginas indexadas. Ou seja: aplicações web ou páginas precisam ser pensadas primeiro para dispositivos móveis. Da mesma forma que as pesquisas tradicionais, o volume de buscas por voz via mobile é superior a qualquer outro meio.
Verifique se o site está adaptado para dispositivos móveis — além do Search Console, o Google também oferece uma ferramenta gratuita para testar páginas e checar pendências. Preste atenção ainda à velocidade de carregamento do site. Novamente, Brian Dean, da Backlinko, aponta: páginas otimizadas para busca por voz carregam, em média, 52% mais rápido que outras páginas.
Tecnologias que usam reconhecimento de voz, como assistentes pessoais e aplicativos para smartphones, estão em franca evolução. Otimizar seu site e preparar seu conteúdo para ser encontrado em buscas por voz feitas por meio do Google, Alexa, Cortana ou Siri já não pode ser considerada uma tendência a longo prazo, uma tarefa para o futuro. Quem não se preparar desde já corre o risco de perder terreno para quem já está se posicionando em busca desses usuários.