Escrever bem vai muito além de simplesmente respeitar regras gramaticais – é preciso ter domínio sobre o tema para construir uma narrativa e comunicado coerentes
Durante os primeiros anos de escola, professores e professoras ensinam seus alunos a expressarem ideias por meio da escrita. Esse processo, fundamental para o desenvolvimento intelectual e cultural, torna-se mais complexo ao longo das séries – com cada vez mais elementos incluídos. Porém, há um deles que se mantém desde o início: a releitura do próprio escrito. Ela é fundamental para que erros sejam detectados e corrigidos, assim como a coerência mantida em todos os parágrafos. Contudo, há algumas “regras” e dicas para melhorar a precisão da análise textual – principalmente quando se está com o “olhar viciado” (acostumado com as palavras e frases, dificultando a percepção de “deslizes”). Neste momento, nada melhor do que a boa e velha “Revisão”.
No caso de textos jornalísticos e informativos como, por exemplo, um release, a revisão busca garantir que a objetividade não seja comprometida ao longo dos períodos. Desde o primeiro parágrafo, no qual é feita a introdução ao tema central e a abertura para o tratamento do mesmo, deve-se preservar aquela lição elementar que a professora ensinou – “todo texto precisa de começo, meio e fim”. Ou seja, introdução, desenvolvimento e conclusão. Os parágrafos devem se conectar por meio de “ganchos”, permitindo que a linha de raciocínio não se rompa no meio do caminho. Quanto maior for o léxico (conjunto de palavras que a pessoa possui em seu repertório), melhor será o uso de palavras sem cair na repetição – o que deixa o texto prolixo e empobrecido. Vale ressaltar que em casos de técnicas de SEO, a repetição ocorre propositalmente, mas nada impede que os termos idênticos sejam colocados distantes uns dos outros ou em posições estratégicas, sem interferir na fluidez da escrita.
Para facilitar a absorção do tema, listamos abaixo dicas rápidas sobre revisão textual:
1. Após terminar o texto, não comece a releitura de imediato, pois seu olhar estará “viciado”; descanse a visão, leia outros conteúdos e só então retorne para o seu material. Dica pessoal: leia o texto do final para o início, palavra por palavra, pois assim seu cérebro terá uma nova “impressão” do texto e poderá encontrar erros que passariam despercebidos.
2. O óbvio: tenha as regras gramaticais sempre em mente. Como sugestão, comece analisando erros ortográficos/de digitação/pontuação, depois sintaxe, semântica, homônimos, parônimos e então repetição de palavras;
3. Atente-se ao estilo/gênero do texto (acadêmico, publicitário, literário, etc.) e mantenha-o do começo ao fim;
3. Lembre-se que toda mensagem, seja ela escrita, falada, desenhada etc., busca enviar uma informação. Logo, analise se a introdução do texto está servindo como o indicativo do que será abordado. Se ao ler o primeiro parágrafo, a ideia ainda não estiver clara – o que não quer dizer “desenvolvida” – então é preciso refinar o fator “objetividade”;
4. Se o texto possuir “nariz de cera” (tipo de introdução indireta, menos objetiva e mais literal), termine o primeiro parágrafo com um gancho pontual indicando o tema a ser tratado e dando abertura para o desenvolvimento do mesmo nos períodos seguintes. Caso contrário, reformule a construção e ordenamento das frases;
5. Coesão e coerência são indispensáveis. Enquanto relê os parágrafos, perceba se eles estão construindo uma noção bem estruturada do tema abordado no texto e se não está inclinando para outros assuntos não relacionados a ele;
6. Diminua o número de artigos indefinidos. Quanto maior for o número de “um”, “uma”, “alguns” e “algumas”, menor será o fluxo de informações e esclarecimento do texto;
7. Modere a quantidade de abreviações, estrangeirismos, gírias e citações;
8. Evite frases lacônicas (muito curtas) e tautologias (formas de expressar o mesmo argumento de diferente formas);
9. Não faça uso excessivo de exclamações (!!!!!!!!);
10. Ao compor o texto, evite palavras que deem margem para o duplo sentido e qualquer tipo de discriminação (racial, de gênero, de identidade de gênero, de condição física, motora, psicológica e social etc.). Enquanto aplica a revisão, pergunte-se se as frases estão claras e transmitem a mensagem desejada.
No mais, há muitos outros aspectos que podem ser levados em conta e variar de um tipo de redação para outro. O importante é conhecer bem o assunto abordado e procurar, enquanto revisa, refletir sobre a construção do discurso e sua condução ao longo das frases. A revisão é fundamental para qualquer trabalho textual e muito dela também se baseia na capacidade de concentração.
Mais um detalhe: é sempre bom pedir para que outra pessoa leia o texto e diga o que entendeu dele. A resposta pode lhe render outra revisão e melhorias consideráveis no seu material.
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