Conteúdos que possuem o viés jornalístico, noticioso ou até mesmo de release, tendem a ter uma estrutura predefinida quando pensamos nos diversos gêneros textuais existentes. Em alguns momentos, a escrita pode ficar “viciada” e, assim, redatores podem sentir que seus textos estão sem personalidade ou repetitivos.
A Escrita Criativa foi amplamente difundida no Brasil por nomes como Luis Antonio de Assis Brasil, importante autor que, até hoje, leciona oficinas sobre o tema. O conceito, basicamente, consiste no desenvolvimento de obras literárias, por meio de técnicas de escrita, para diferentes gêneros: romance, poesia, teatro, roteiro, etc.
Sabemos que, no texto jornalístico, o principal objetivo é informar o leitor imparcialmente sobre um fato ou deixá-lo ciente de algum assunto em específico. Para esse tipo de conteúdo é preciso deixar de lado as menções subjetivas, a utilização de adjetivos, a parcialidade e possíveis opiniões que podem ser emitidas pelo redator, peculiaridades que são marcantes na literatura. Mesmo assim, algumas características presentes em textos literários podem servir de técnica para deixar um texto jornalístico mais interessante.
Quando buscamos “dicas para escrever melhor” em ferramentas de busca, é provável que a principal delas seja em relação à leitura. Aderir ou aperfeiçoar o hábito de ler diariamente pode nos ajudar muito com o domínio de um vocabulário mais variado. Em notícias, por exemplo, existem palavras chave que são usadas frequentemente e, às vezes, podem deixar o texto com uma leitura repetitiva.
Ter a leitura em dia pode deixar fresco em nossa memória um acervo de novas palavras que, geralmente, não usamos na hora de escrever. Outra dica, para não deixar o texto jornalístico com cara de “preguiçoso”, é evitar a repetição de palavras buscando por sinônimos.
Assim como na maioria das histórias vistas nos livros, o texto jornalístico também precisa ter coerência quando falamos na ordem das informações. Estabelecer início, meio e fim contextualiza o leitor a todo o momento durante a leitura e o faz compreender, com maior propriedade, o que está sendo informado.
Por exemplo, nas estruturas de notícias publicadas pelo DINO, é preciso que o lide (primeiro parágrafo) explore a principal informação do fato noticioso, que pode ser um dado, uma pesquisa, uma informação de interesse público, etc. Daí em diante, no desenvolvimento é preciso preencher a notícia e trazer informações complementares relativas ao assunto e, possivelmente, algum especialista no setor para tecer comentários relevantes sobre o tema. Depois, ao final, o ideal é que o texto traga uma conclusão, uma expectativa ou uma projeção real sobre aquele fato noticioso.
Escritores de romances de época, por exemplo, precisam realizar uma extensa pesquisa sobre fatos históricos, costumes, cultura e características daquele determinado período. Da mesma forma, contos ou crônicas, que possuem como tema o cotidiano das pessoas, precisam de ganchos atuais que fazem a história ter a devida contextualização em determinada fatia do tempo.
Para desenvolver o texto jornalístico, mais precisamente a notícia, é de extrema importância a etapa de pesquisa de informações. Um redator pode ter domínio sobre um assunto, por escrever sobre aquilo há muito tempo, mas é preciso atualizar-se sempre. Outro cenário, quando o redator escreve sobre diferentes assuntos esporadicamente, a pesquisa faz-se mais necessária ainda. Corroborar e referenciar a notícia corretamente faz com que o texto não seja opinativo, traço que deve ser evitado em notícias.
Sites de órgãos oficiais, instituições públicas, associações, ou até mesmo portais de empresas especializadas em desenvolvimento de pesquisas, são bons locais para procurar por dados, relatórios e levantamentos recentes sobre algum setor de mercado.
Pode ser que nos textos jornalísticos não existam opiniões e linguagem informal, mesmo assim, todo conteúdo , seja ele noticioso ou literário, acaba sendo criativo. A partir do momento que o redator tem o poder de escolher as palavras que irá usar, as fontes que irá citar, as informações que deseja replicar sobre um assunto, isso já confere ao conteúdo a sua estilística.
É claro que existem diferenças relevantes entre o texto literário e o jornalístico, porém, quem os desenvolveu ainda é um escritor que colheu informações, pesquisou sobre o assunto, definiu a coerência do que será dito e escolheu as palavras que colocaria em cada frase.
Por fim, mesmo tendo diferentes objetivos, a notícia ainda pode ter características únicas e as técnicas de escrita criativa podem ajudar na construção e desenvolvimento de um conteúdo com mais personalidade.