Se a classificação do seu site nas buscas orgânicas do Google mudou recentemente, talvez não seja um problema técnico. O Google iniciou, no dia 12 de março, uma alteração ampla em seu algoritmo. O aviso do ajuste, batizado de “March 2019 Core Update”, foi feito pelo porta-voz da empresa, Danny Sullivan, via Twitter.
Apesar de promover atualizações no ranking várias vezes ao ano, anúncios como este são raros. Para especialistas que acompanham os movimentos do Google, isso pode representar impactos profundos na classificação dos sites. De acordo com o Moz, foi a terceira maior atualização desde a adoção da nomenclatura “Core Update”.
Ryan Jones, diretor de SEO da SapientRazorfish, explica a diferença entre uma “Core Update” e outros algoritmos implementados recentemente, como Penguim, Panda, Pigeon, RankBrain. “Todos eles foram pensados para tratar uma falha, um propósito específico. Uma atualização principal é diferente: para mim, significa que o Google ajustou ligeiramente a importância, a ordem, os pesos ou os valores de alguns fatores de ranqueamento”.
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Como normalmente acontece, o discurso do Google em suas redes sociais não esclarece o que mudou exatamente. E as análises dos sites especializados são unânimes em dizer que ainda é cedo para dizer o que mudou.
Especula-se que esta atualização tenha sido tão impactante quanto outras duas do gênero, realizadas em abril e agosto de 2018. Esta última antecedeu a incorporação, em setembro, do Neural Matching — um sistema baseado em inteligência artificial para intensificar a compreensão de termos e sinônimos.
Há, no entanto, muita gente debruçada em dados. O consultor Roger Montti observou um movimento incomum dos crawlers, robôs responsáveis pela indexação de páginas web, no início de março. “Não sei se há uma conexão entre a indexação agressiva e a atualização, mas foi interessante observar isso pouco antes da atualização”, escreveu no Search Engine Journal.
Dados coletados e analisados pelo site Search Engine Land indicam um padrão curioso, notadamente em conteúdos na área da saúde e beleza: sites que haviam melhorado seu posicionamento orgânico após o ajuste de agosto, desta vez, perderam posições; ao mesmo tempo, quem havia caído agora melhorou. É como se o Google tivesse revertido estas modificações — o que, evidentemente, não foi confirmado pela empresa.
Qualquer alteração nos resultados orgânicos do Google tem como objetivo aumentar sua precisão e melhorar a satisfação do usuário. Diante disso, pode-se dizer que a única sugestão possível é: mantenha o foco na criação de conteúdo relevante.
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Logo após o ajuste promovido em agosto de 2018, o Google fez uma thread no Twitter, com recomendações a partir da atualização dos algoritmos. Vale a pena reproduzi-las aqui.
Como com qualquer atualização, alguns sites podem notar perdas ou ganhos. Informamos sobre elas porque a recomendação prática é que não há nada em particular para “consertar”. Não queremos que os proprietários de conteúdo tentem alterar erroneamente coisas que não são problemas. Sugerimos que você se concentre em garantir que esteja oferecendo o melhor conteúdo possível. É isso que nossos algoritmos buscam recompensar. Um bom ponto de partida é revisar nossas diretrizes de avaliação de qualidade de pesquisa.
Na prática, as diretrizes de qualidade baseadas no acrônimo EAT (expertise, authoritativeness and trustworthiness) permanecem indispensáveis.
O Google anunciou mudanças no “March 2019 Core Update”, que provavelmente mexerão na ordem de importância dos fatores de ranqueamento. Enquanto experts em SEO não chegam a uma conclusão sobre o que isso significa, a orientação mais importante é a de produzir conteúdo de alta qualidade.