Parece inconcebível, mas até pouco tempo ainda existiam redações onde o acesso às redes sociais era vetado. Hoje elas são fundamentais para qualquer profissional. Graças à sua popularização, existe também menos separação entre a “pessoa física” do jornalista e sua identidade profissional. O resultado do nosso trabalho, por natureza, é público. Por isso, é bom saber como usar as redes sociais para jornalistas.
E na era das fake news, as redes sociais para jornalistas se tornam uma grande ferramenta. Isso porque, ela pode – e deve- ser usada para combater notícias falsas.
Assessores de imprensa são curiosos. Basta uma troca de e-mails e eles já vão querer seguir você no Instagram. Não é necessário que vocês se tornem grandes amigos na vida online. Mas essa troca pode ser interessante no acompanhamento de seu trabalho.
Por isso, é preciso estruturar e pensar como será o seu perfil na rede. Pode-se deixar stories mais pessoais para a função melhores amigos. Nesse recurso, você seleciona quem poderá ver seus stories mais pessoais. Esse método também evita uma super exposição da vida particular. Entretanto, a rede continua sendo necessária pelo acompanhamento no público com a opinião do profissional.
De preferência, deixe aberto ao público algumas informações básicas sobre você, como o jornal em que você trabalha e alguma forma de contato, como seu e-mail ou o telefone da redação. Acredite, o número de trotes ou spam recebidos por este meio é quase zero, mas por outro lado você pode receber dicas quentes do amigo de um amigo. Exibir sua profissão nas redes sociais também ajuda na credibilidade na hora de disparar mensagens procurando personagens ou depoimentos.
Aprenda a usar as configurações de privacidade para que suas fotos em festas e churrascos apareçam apenas para os amigos mais próximos. Da mesma forma, invista numa foto de perfil interessante: será a primeira coisa que seus futuros entrevistados vão ver.
Você não precisa ter uma foto tirada por um fotógrafo. Basta usar a iluminação e um bom enquadramento.
Pense, respire e releia tudo antes de postar. As redes sociais para jornalistas também precisam de editores.
Se você apura tudo o que envia ao seu editor não pode ser diferente com o que você compartilha nas redes sociais. Aquela notícia absurda é confiável? O número é plausível? O que você escreveu tem erros de português? Tudo o que você posta contribui para sua imagem. Se seus posts são desleixados, você é desleixado e o contrário também é verdadeiro.
Todo jornalista é uma pessoa politicamente exposta. É inegável que leitores, partidos e (principalmente) militantes estão de olho no que os repórteres publicam. Todo cuidado é pouco, especialmente com declarações de voto ou no que se pareça remotamente com isso. Ainda mais em ano de eleição. Aqui vale uma das máximas do Jornalismo: “na dúvida, não publique”.
Já falamos aqui do Graph Search do Facebook, mas não custa repetir a dica. Não existe hoje, nem de longe, um buscador melhor de fontes, contatos e (principalmente) personagens. Ele já foi usado para buscar uma estudante venezuelana morando em Belo Horizonte, brasileiros residentes no Japão durante o desastre de Fukushima e repórteres de certo grande jornal que trabalham na sucursal de Brasília. O Graph Search pode ser a chave do seu próximo furo, sua próxima reportagem de capa ou seu próximo emprego.
É preciso ter um senso crítico em qualquer post nas redes sociais. Os jornalistas podem – e devem- criar conexões nas redes (seja twitter, instagram ou o facebook). Mas é preciso ter critérios, assim como em uma redação, para que o trabalho do profissional não seja banalizado.
Este texto foi originalmente publicado em 27 de junho de 2014 e vem sendo constantemente atualizado desde então.